Delma A Sombra Fantasma

 A escuridão sempre irá me perseguir, ela levou a minha irmã por culpa minha que não conseguia achar uma luz para espantá-la e agora seguirei sozinho pra sempre.

Meu nome é Noah Lima Neto, tenho 18 anos, sou de uma família rica e classe alta, eu tinha uma irmã mais nova chamada Helen Lima Neto com 10 anos de idade, nossos pais eram bem ocupados já que tinham trabalhos bem difíceis e com horários bastante longos, por isso sou responsável de cuidar dela, é claro que era só pagar uma babá pra essa responsabilidade, mas eu também era muito sozinho antes dela nascer e por isso sou bem apegado a ela já que tinha alguém pra interagir.

A minha irmã era uma criança que não se expressava muito, ela demonstrava em forma de gestos ou falava direto. Ela também não era de sorrir muito, só sorria quando pediam, ela era uma criança bem calma e bastante silenciosa. Desconfio muito o porquê disso, geralmente crianças tem que se agitarem, por mais irritante que seja as birras, para que esteja explicito o que elas estão se sentindo e resolver o problema. Outra coisa também, desde seus 8 anos, ela nunca mais chorou, nem que se machucasse, ela mantinha sua cara com a expressão neutra o tempo inteiro. Já tive até pesadelo que ela pode estar chorando escondido à noite inteira no quarto por causa de algum problema que não conseguia concertar. Eu analisava muitas vezes as minhas ações se não era culpa minha, mesmo se passando meses eu não tinha certeza o que estava acontecendo com ela, já tentei ter uma conversa com ela, mas ela mudava de assunto ou ignorava.

Uma noite bem peculiar, eu estava no meu quarto dormindo com a sensação de que tinha mais alguém no quarto, ouvia movimentos perto da minha cama que dava até um arrepio e me sentia que talvez algo iria pular em cima de mim. Quando fui me deitar por outra posição abraçado em meu outro travesseiro, senti meus cobertores atrás de mim se mexerem, abri os olhos e tentei olhar pra ver quem era, senti um alívio que era só a minha irmã que queria dormir comigo porque tinha pesadelos. Eu sei que vocês iriam me chamar de paranoico, talvez até eu seja mesmo, mas naquele momento foi realmente estranho, antes de eu ter me deitado na cama para dormir, eu vi uma sombra bizarra no canto do meu quarto, e meu quarto nem ficava tão escuro assim para te essa silhueta tão estranha.

Até esse momento, já dava para pensar em algo lógico o porquê daquela noite. Eu acho que estou com algum problema na minha consciência, as minhas paranoias estão cada vez mais absurdas embora que não contava para ninguém. Além disso, eu estou com perda de memória, um amigo meu disse que eu estava bem agressivo com ele e com o resto do nosso grupo. Fiquei mal por isso, tentei descobrir o porquê para pedir perdão, não me lembro de nada e não achei nenhuma pista disso.

Em outros dias, a minha irmã estava com problemas graves, eu recebi uma ligação da minha mãe dizendo para eu ir até a escola da Helen conversar com a diretora por causa de um problema, a diretora me explicou que a Helen surtou no meu dá aula, se batendo e ainda bateu na cara do menino quando tentou pará-la, fiquei sem reação com essa novidade, tentei perguntar pra ela o que houve, ela só chorou e me abraçou pedindo ajuda. Não tem jeito, depois da escola, eu liguei para os meus pais avisando que ela tinha algum problema mental e precisa de um exame psiquiátrico. Mesmo eles sendo muito ausentes, gostava da gente e logo foram marcar uma consulta.

O psicólogo recomendou muitas consultas para os problemas da Helen para ter uma boa analise, se passou 2 meses, na última consulta, o psicólogo analisou alguns sintomas de acordo com as informações de Helen e eu, ela tem acessos de raiva intensos, fica presa em um único assunto ou tarefa, baixa capacidade de atenção, poucos interesses, é hiperativa e muito passiva, comportamento agressivo com outras pessoas e consiga mesma, necessidade intensa de repetição e faz movimentos corporais repetitivos. Pelas informações, a Helen tem Transtorno do Espectro Autista, define-se por prejuízos persistentes na comunicação e interação social, bem como nos comportamentos que podem incluir os interesses e os padrões de atividades, sintomas estes presentes desde a infância que limitam ou prejudicam o funcionamento diário do indivíduo.

Bom, depois dessa descoberta, os meus pais deram mais atenção pra ela para ajudar, eu ficava feliz por meus pais largarem o trabalho para ajudar a filha ou fico triste por ela ter esse transtorno que pode ter muita dificuldade na vida. Mas agora vai estar tudo bem, mesmo com problemas eu e meus pais não desistimos de ajudá-la e daremos o nosso carinho para ficar tudo bem. Enquanto a mim, está tudo bem, já passou as paranoias absurdas e as perdas de memória.

Já que os meus pais vão cuidar mais da minha irmã, eu iria me concentrar em meus estudos, então um dia eu fui para a biblioteca ir visitar uma amiga para estudar, lá dentro, estava quase vazio, isso era bom para se concentrarmos, a biblioteca era enorme, era muito fácil se perder ali, quando eu andava pelos corredores me sentia estranho, me deu um frio na barriga e uma sessão de que algo vai me dar um susto. Eu olhava os livros nas prateleiras, tinhas livros velhos, novos e de diferentes temas e leituras. Um dos livros caiu atrás de mim e quase soltei um grito pelo susto. O livro era sobre lendas de entidades, ele caiu aberto no capítulo onde falava sobre uma lenda chamada "Kardama Dead Child", um demônio de outra dimensão que é responsável por criações de monstros e causar genocídios de outras espécies de demônios. Dizem que até a maioria de seus servos eram humanos que estão aqui na terra. Já ouvi falar dela e até criaram teorias que essa criatura tenha sido responsável pelo desaparecimento de uma família na Inglaterra. Eu não acredito nessas coisas, na real, de fato não existe, não acredito em nada de sobrenatural e nem mesmo Deus. Sendo direto sou ateu. Eu até gosto de algumas histórias, mas nenhuma delas existem.

Quando eu estava lendo o livro, senti uma presença que se aproximava de mim, talvez seja uma pessoa querendo pegar um livro ou até a minha amiga, depois que terminei de dar uma olhada no livro, olhei pros lados para ver se não tinha alguém, mas nada e então guardei o livro no lugar.

Eu me virei pra trás e cai no chão de susto por uma pessoa encapuzada, ela tinha gritado também pelo susto, pedi desculpa pra ela, era uma situação constrangedora, era uma garota que se aparenta ter 16 anos, não dava para ver o rosto por causa dos cabelos e o capuz. Ela saiu correndo pra longe de mim. A minha amiga viu aquela situação, ela ficou chateada por aquela garota por não pedir desculpa e ainda nem me ajudar a levantar.

Em uma terça, a Helen parecia que estava com condição bem instável, ela gritava a noite e apareceu com machucados nos braços. Não sabe o quanto fiquei preocupado, não saía nem de perto dela e até pensei em ela se mudar pro meu quarto pra eu ficar de olho. A Helen me contou que não queria que chegasse perto dela, queria que eu a deixasse pra sempre, fiquei muito mais preocupado, o que estava acontecendo com ela? não deve ser pelo autismo, tem alguma coisa errada e irei descobrir.

Uma noite, eu estava com ela no meu quarto contando uma historinha que ela gosta, ela estava com sede, eu iria buscar uma água pra ela, Helen ficou puxando o meu braço pra não a deixar sozinha e então eu iria ficar, mas a mamãe me chamou pra conversar, disse pra ela que vou ficar perto da porta deixá-la aberta e ela aceitou assim.

A mamãe queria conversar que me agradece por cuidar da Helen, eu sempre fui muito sozinho, tinha poucos amigos e muitos deles nem eram amigos. Me dedicava muito pra ter tempo pra ela e educá-la. Pediu desculpa por sermos tão ausentes e jogar essa responsabilidade nas minhas costas. Pra mim não precisava agradecer, a minha irmã é única coisa que me importa, coloco ela em primeiro lugar em tudo. Mesmo que ela tiver uns 30 anos, eu iria chamar ela de minha florzinha. A mamãe me perguntou se ainda amo ela mesmo que ela ser autista? e a resposta é sim.

Depois que terminamos a conversa, a mamãe foi sair pra festa de noite ou melhor festa de negócios, antes de entrar no quarto, eu fui à cozinha rapidinho pra buscar água, quando voltei, a porta do quarto se fechou e estava trancada. Já entrei em pânico pedindo pra ela abrir, nenhuma resposta, olhei pro chão e uma sombra esquisita saía de baixo da porta. A sombra cobriu meus pés até entrar na minha boca. Ela invadia a minha boca, o pior ela entrando nos meus olhos, no meu nariz e meus ouvidos. Sofria de agonia a sombra entrando na minha garganta e ainda atravessava meus estomago. Não conseguia enxergar nada e a dor nos olhos era imensa. Não conseguia respirar pelo nariz e sentia mais dor ainda e para ver que a situação piora não escutava nada. Eu não faço ideia do que diabos que estava entrando em mim. Pensei que iria morrer daquele jeito até que consegui respirar de novo e tossi muito pela dor de garganta que causou. Fiquei um bom tempo no chão tentando me recuperar e todas as dores possíveis. Tentei abrir a porta do quarto de novo e ela abriu. Entrei muito desajeitado, parecendo que eu estava bêbado, não enxergava muito bem ainda, a minha irmã no chão de joelhos, o quarto estava diferente, quando a minha visão ficou nítida, vi pele humana pendurados na parede, entrei desespero, tentei pegar a minha irmã, mas ela me deu um soco forte no meu rosto que até fui lançado no chão rolando até a parede. Não estava entendo mais nada, olhei para minha irmã, ela estava bizarra, seus olhos castanhos mudaram com uma aparência diferente, dourados muitos brilhantes e nos seus dentes seus caninos cresceram. Isso só pode ser pesadelo, isso não tem sentido nenhum, a minha irmã falou pra mim com uma voz bizarra que nem sei se entendi o que ela falou.

" Isso não é justo, eu nunca ouvi essas palavras em toda minha vida, por que eu sou monstro e não ela? somos iguais, eu não vou deixar isso desse jeito! Essa criança é uma ingrata pela vida que tem. Ela é um monstro! Eu sou a verdadeira humana!"

Antes de eu apagar por completo, vi a minha irmã contorcendo seu corpo e quebrando seu próprio pescoço. Depois acordei em outro lugar, no hospital, soube que meus pais morreram em um acidente misterioso, eu tinha ficado em coma por um ano e a minha irmã...

Ela se foi para sempre...






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