Senhor do mal
"Tema de diversos filmes de bang-bang italianos (Western Spaghetti) e americanos (Faroeste), a região denominada como Velho Oeste remete a uma época importante na história dos EUA, ocorrida devido à expansão da fronteira do país em direção à costa do Oceano Pacífico . Também conhecido como Oeste Selvagem, Far West ou Old West, esse período ficou marcado por uma ação realizada durante o governo de Thomas Jefferson, então presidente. Ele comprou a Luisiana no ano de 1803, simbolizando o avanço dos colonizadores à costa Oeste americana em busca de progresso e riqueza."
Meu nome é Elaine Bill, tenho 35 anos, era mãe viúva de dois filhos, morávamos no interior cuidando de uma pequena fazenda, o filho mais velho chamado Miguel tinha 18 anos e o mais novo Alan 13 anos. Nossa vida era tranquila, como se fosse Cottagecore( é um movimento que busca por um retorno à vida simples do campo e um contato maior com a natureza, animais, piqueniques, flores e comidas frescas, dentre outras coisas.) mesmo que trabalhamos muito para o nosso sustento. Queria viver naqueles momentos de como era antes. Nós já passamos por muitas coisas das nossas vidas como brigas familiares, problemas com nossos animais, o clima e dentre outras. Portanto chegou a situação que tudo se desmorono e foi a tempestade mais violenta que passei em toda a minha vida.
Naquela noite eu estava na cozinha lavando a louça depois de termos jantado, Alan estava dormindo profundamente por cansaço depois de ter brincado a tarde inteira com o nosso cavalo indo bastante longe que o Miguel teve que pegar outro cavalo para acha-lo, na janta comeu quase a panela inteira de comida parecendo que não tinha comido a um ano, quase tinha mordido o braço do irmão de tanta fome, o engraçado é o irmão brincando o chamando de canibal e o Miguel estava lendo o jornal na sala para ver as notícias recentes. Quando eu terminei de lavar a ultima panela, olhei para a janela da cozinha vendo a lua cheia, ela estava bastante bela com as estrelas iluminadas e o céu azul escuro como se tivesse olhando uma pintura. No momento que eu abaixei a cabeça para ver o campo, eu levei um susto que soltei um pequeno grito e me fez derrubar a panela no chão fazendo um enorme barulho que fez até o Miguel pular do sofá, o Miguel foi correndo para a cozinha para saber se eu não tinha me machucado e o que aconteceu. Eu respondi pra ele que o susto era uma coisa que foi jogada na janela batendo no vidro, não prestei atenção naquele momento o que era, então o meu filho abriu a janela para ver o que é e tirou a cabeça da janela rápido assustado. Quando olhei o que era, fiquei horrorizada, era um braço decepado, Miguel saiu pela porta dos fundos para ir lá fora olhar direito se era mesmo um braço de alguém esperando que seja uma pegadinha de mal gosto e procurar quem foi o louco que fez isso. Ele chegou na janela de fora, olhou primeiro antes de tocar, pegou com o jornal porque estava sangrando pela parte de baixo do braço e sentiu a textura que era realmente um braço de uma pessoa. Eu logo fiquei desesperada mandando ele voltar pra dentro de casa, ele me obedeceu e eu peguei o telefone para chamar a policia.
A policia chegou em casa, já vieram armados revistando o campo com os cachorros de caças e o Xerife deixamos entrar na nossa casa para ver o braço. O Xerife olhou o membro decepado na mesa da cozinha, antes de revistar ele pediu para dizermos exatamente o que aconteceu, eu estava tão inquieta que não tinha conseguindo dizer alguma coisa mesmo com as autoridades, imaginaria se a janela não tivesse fechada iria ser acertada bem na minha cara essa prova de assassinato, o Miguel percebeu o meu desespero e quando iria falar no meu lugar um homem de jaleco com uma maleta apareceu na cozinha indo em direção ao braço, o Xerife logo resmungou ironicamente dizendo que iria prende-lo por ter o seguido, o homem ignorou e colocou a maleta na mesa do lado do braço.
O homem se virou com as mãos pra cima indicando que iria se apresentar antes do xerife fazer qualquer coisa, o nome dele era Henrique Lenovan, ele é um Biomédico de uma cidade perto daqui da nossa fazenda, ele explicou que estava de carona com o xerife, até que ouviu a nossa chamada de emergência quando estava no carro, ele queria ter vindo junto com o xerife mas ele não deixou e veio aqui na sua moto pra ajudar sem a permissão dele. O Xerife iria dizer uma coisa contra mas desistiu sabendo que o Biomédico não iria sair nem que o ameaçasse de tão louco que ele era. Aquele momento até me descontraiu um pouco com o meu desespero. Então o Miguel repetiu o que eu disse na chamada, o xerife verificou a janela, olhou de fora vendo seus homens revistando o local, um dos policiais acenou pra ele de longe dizendo pra vir onde a sua patrulha estava, ele nos avisou que vai sair, depois iria voltar para fazer as perguntas, mandou o Henrique revistar o braço mesmo que ele veio para isso e foi em direção dos seus homens.
Enquanto o senhor Lenovan abriu sua maleta que estava os instrumentos médicos e de laboratório. Organizou toda a mesa pra analisar com todo cuidado, enquanto analisava falava o que via e sentia sobre o pedaço do corpo. Pelo sangue escorrendo infelizmente confirma que foi recente mesmo, ele não quis falar detalhes específicos, só que algo estava estranho na região onde foi cortada, tinha machas roxas cravadas na carcaça, ele pegou uma pinça pra tirar uma delas, levou 30 segundos para tirar aquilo da carne, quando conseguiu a macha na verdade era um bicho com uma aparência de uma lesma, cor roxa e com bolinhas vermelhas. Eu senti nojo vendo aquilo. O Henrique colocou o bichinho em uma pequena capsula dentro da maleta, pelo seu sorriso pareceu que aquilo era interessante e decidiu guardar para analisar depois.
Eu não queria ficar mais na cozinha vendo coisas nojentas, eu fui ver o Alan no quarto para ver se estava tudo bem, abrir a porta devagar apenas uma fresta e olhei uma coisa estranha. Alan estava na cama virado para a parede tapado até em seu rosto mostrando só o cabelo ainda dormindo, eu iria fechar a porta aliviada que estava tudo bem até que percebi uma sombra peculiar na parede onde o lado que meu filho estava dormindo, a silhueta parecia uma pessoa com um chapéu e com cabelos longos. Eu abri um pouco mais para ver do lado da cama, fiquei aflita pelo o que eu vi, estava bastante escuro o quarto, porém, eu enxerguei uma silhueta de uma pessoa, usava chapéu, roupas de coro, lenços e botas. Essas roupas de vaqueiro pareciam bem antigas, essa tal pessoa olhava o meu filho dormir, quando a pessoa virou a cabeça com o chapéu cobrindo seus olhos em minha direção, logo eu entrei no quarto irritada e gritando pra não chegar perto do meu filho. A pessoa foi para trás com as mãos para cima no canto do quarto mais escuro. O Miguel ouviu meu grito, ele antes de entrar no quarto ligou a luz, quando fez isso a silhueta da pessoa sumiu, fiquei desesperada, era algum tipo de brincadeira? essa brincadeira passou dos limites. O Miguel perguntou o que aconteceu, eu disse que vi um homem no quarto do meu filho, ele olhou em todo o quarto, viu a janela e estava fechada, eu insisti pra ele que vi o homem, por algum motivo ele sumiu do nada mesmo sabendo que isso é loucura eu tinha certeza do que eu vi.
Miguel apenas fez uma expressão de cansaço, eu o entendo ele deve estar perdido com muita coisa e antes dele fazer qualquer pergunta verifiquei o seu irmão mais novo, eu tirei devagar o cobertor, me apavorei no que vi, o meu filho estava com o olho totalmente estranho, tinha larvas fazendo buraquinhos no globo ocular dele, o Miguel viu aquela tragédia, tirou o cobertor e isso só piorou. O braço do meu filho foi amputado, estava coberto de sangue a sua roupa, suas tripas estavam para fora, logo eu berrei muito alto, como alguém tem coragem de fazer isso com uma criança? o Miguel ficou apavorado, não parava de escorrer lagrimas no seu rosto, mesmo em desespero, por incrível que pareça, o Alan ainda estava vivo, o mais novo se mexeu para se levantar, Miguel com todo cuidado mantel ele deitado por medo de perder mais sangue, mandei levarmos ele para o hospital imediatamente, o irmão mais velho pegou ele no colo com todo cuidado e vamos em direção ao carro.
Saímos do quarto com o corpo do meu filho, o Biomédico que estava na cozinha viu a gente saindo desesperados, ele nos chamou perguntando o que aconteceu, o Miguel se virou pro médico mostrando o corpo do Alan, o senhor Lenovan viu aquilo depois juntou suas coisas colocando na sua maleta, também pegando o braço, ele disse que iria com a gente e então logo fomos para a porta. Saímos de lá correndo, o médico iria pegar sua moto, nós iriamos na garagem pegar o carro, no meio do caminho, eu olhei pro lado vendo um policial correndo em nossa direção gritando, " FUGEM DAQUI AGORA! TEM UM MONSTRO ATRÁS DE NÓS", o policial se virou com a arma dele atirando e ao mesmo tempo correndo. Eu só continuei correndo indo até a garagem para o carro e quando entramos falei para o meu filho que estamos com mais problemas.
O Miguel ligou o carro dando a partida, quando ele passou de ré saindo da garagem onde vi o polícia, o policial estava parado até uma espécie de lâmina presa em uma corrente decapitou ele que fez a cabeça ir tão longe que foi atirado até o capo do nosso carro, Miguel não pensou duas vezes acelerou indo em direção ao médico que estava nos esperando, o irmão mais velho gritou para o médico avisando que tem alguém indo nos matar, logo o Henrique fica em desespero acelerando a moto, eu olho para o banco de trás vendo o corpo do meu filho tapado com o cobertor para o sangue não escorrer tanto, vi ele mexendo seu olho que estava intacto e o outro braço que estava inteiro mostrando que ainda dava para salva-lo.
O Biomédico dirigiu sua moto perto da minha janela do carro, ele disse que acha que não vamos sobreviver, o braço era do Alan, ele achou coisas estranhas naquele braço, aquele insetos, células e bactérias não eram normais eram fora do comum. Tanto que ele achou estranho o garoto estar "vivo", ele perdeu muito sangue pelo braço e pela barriga, tinha bichos comendo a carne de dentro do corpo dele, o garoto devia já estar morto, eu não queria acreditar nisso, eu esfreguei os olhos por causas lágrimas, olhei para o meu filho ainda me olhando se mexendo um pouco, quando virei para dizer o médico ele sumiu, olhei do lado do carro em movimento avistando a moto do médico caída, tinha um homem o segurando pelo pescoço, o Miguel viu pelo retrovisor e parou o carro.
Miguel pegou uma espingarda que estava guardada em baixo do banco onde seu irmão estava, pediu pra eu levar o Alan até o hospital, eu não queria que ele fosse, tentei impedir mas ele tinha fechado a porta na minha cara, eu estava tão perdida porém infelizmente fiz o que ele pediu. Fiquei no banco do rolante e pisei no freio. Olhei no retrovisor meu filho correndo em direção ao assassino, eu só chorava como uma criança, fiquei dizendo coisas genéricas para o Alan como "vai ficar tudo bem"," vai dar tudo certo", mas nada está dando certo e temo mais o que vai acontecer depois. Eu me segurei, continuei em frente até que o carro ficou parando, eu tentava mexer no freio, no rolante, nas marchas e nada estava dando certo. A gasolina estava intacta, tudo no carro estava funcionando mas não ia para frente, de repente o carro vai de ré, não conseguia parar, tentei abrir porta só que o automóvel bateu em alguma coisa que fez eu pular pro teto do carro batendo a cabeça me fazendo desmaiar.
Abri meus olhos lentamente, eu estava com muita dor, minha visão estava embaçada, senti o cheiro muito horrível, alguns segundos consegui recuperar a minha visão, porém queria ter estado cega, aos meus olhos, vi uma coisa que não sabia se era um pesadelo, estava usando o mesmo chapéu e roupas que aquela silhueta no quarto do Alan, seu globo ocular direito pendurado pelo nervo óptico, seu outro olho, o esquerdo, sua íris era vermelha e sua pupila era reta semelhante com um gato, parecendo um olho de um demônio e usava uma bandana escondendo a boca. Fiquei em estado de choque, não me mexia, não falava e nem respirava. Logo a criatura falou com uma voz parecendo que veio do inferno.
" Sua praga... parece uma barata tonta, é tão idiota quanto seu feto mal desenvolvido que meteu a porra do nariz ranheto onde não devia. Eu poderia ter o matado rápido, mas ele não iria se arrepender do que fez, enquanto você tirou os olhos desse projeto mal feito, ele gritava pela sua ajuda e você não fez merda nenhuma. Mas agora, ele aprendeu direitinho... observe."
Ele apontou pro lado me mostrando o meu filho Alan que estava em pé, a criatura agarrou nos meus cabelos me arrastando até o meu filho, bateu o meu rosto no chão da estrada quebrando o meu nariz, chutou a minha barriga e fez eu rolar para os pés do Alan. Ele mandou o Alan se alimentar, disse que o meu sangue estava bastante fresco para degustar, olhei pro meu filho se abaixando pegando o meu braço e ele me mordeu com tanta força que a minha pele iria sair. O que o meu filho estava fazendo? O que aconteceu com ele? eu berrava de tanta dor implorava para parar. A criatura só olhava meu sofrimento, pelo seu olhar do seu olho bizarro vermelho, ele parecia uma fera faminta.
" Eu estou com fome... mas dei a educação mínima do filhote comer primeiro antes do adulto. É um começo de ser um bom pai... muito melhor que o seu pai...não é ?... Brandon Quinlan!"
Na frente da criatura, a silhueta do homem vaqueiro aparece nítida, tinha pele morena, olhos azuis e uma cicatriz na bochecha. Sua expressão estava amargurada, agoniada, triste, raiva e tudo de ruim que possa imaginar vendo o meu inferno. A criatura ficou zombando dele, dizendo que não pode fazer nada para me salvar, poderia arriscar sua alma mas não saberia como iria fazer isso.
" Isso é um verdadeiro inferno... não acredito que passei meus anos de vida inteiro com esse parasita no meu corpo capaz de fazer isso com qualquer ser vivo."
Eu estava perdendo a consciência, vi o meu braço com os pedaços comidos, eu me lembrava de todos os momentos que passei na minha vida, desde a minha infância até onde estou agora, já imaginava que eu estava perto do fim, fechei os meus olhos com lágrimas e só via a escuridão esperando que fosse eterna. Eu não sentia nada, só via escuridão, até que senti uma presença, virei e quem estava era esse homem de olhos azuis.
" Sua vida virou um inferno por causa dele não é?... você deve estar tão assustada e ao mesmo tempo com raiva não é?... isso foi tudo culpa minha... eu não-..."
O homem se ajoelha de tanta humilhação, ele tirou o seu chapéu e colocando em seu peito apertando. Aquele estado que ele estava eu sentia o mesmo, eu me ajoelho em lágrimas e o abraço. Ele retribuí-o, na medida que estava se acalmando, um calor aconchegante aparecia entre nós, também vem uma luz em nossa volta expulsando toda a escuridão, apareceu os meus filhos se juntando o abraço e depois eu fecho os meus olhos.
"Eu nunca conseguia descansar em paz, por isso vou fazer que não aconteça o mesmo com os seus amados filhos, eles irão descansar em paz e aquela criatura nunca mais irá mexer com eles."
Eu acordei em uma cama de hospital, não me lembrando de muita coisa, meu braço teve que ser amputada, parecia que eu estava bem depois de ter entrado em coma a 2 anos, por algum motivo de além de eu ter sobrevivido naquele inferno, infelizmente eu perdi os meus filhos, eu chorei de tristeza e emoção que eles pelo menos estavam descansando em paz.
" O Senhor do mal se escondia através do homem do bem, o mal e o bem lutaram e no final da história , o mal venceu" - Evil Lord
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